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18/12/2008

Mais dicas para a carreira de palestrante

O nome pesa muito no preço. Se o seu nome é conhecido, o preço sobe. Se for desconhecido, ainda que tenha uma ótima bagagem, seu preço cai. Um palestrante que tenha presença na grande mídia não fica barato. É importante lembrar que você vende datas de uma agenda que, se não estiver concorrida, o preço cai. Portanto você vende e cobra segundo a demanda. Estabeleça um preço para começar a trabalhar e depois vá aumentando, se perceber que está fechando negócios, ou diminuindo, se nada acontecer.

É essencial que tenha um bom site (menos é mais em termos de site, esqueça coisas mirabolantes) e talvez um blog para humanizar. Escrever artigos e distribuir por aí também é uma boa idéia. Participar de alguns eventos de cortesia, mas de grande visibilidade e com platéia de formadores de opinião também ajuda a ganhar projeção.

Escrever muito, ter livro publicado, ser visto, são essenciais nessa profissão. Você pode também se cadastrar em agências de palestrantes. Algumas têm conseguido boas oportunidades para mim, mas o que vende mesmo é meu site. Para saber a razão, digite "palestrante" no Google. Evidentemente isso muda o tempo todo, mas neste momento aparecem mais de 1,5 milhão de páginas e meu site na terceira colocação, atrás apenas de duas agências.

O título e tema de sua palestra precisa ser coerente com o tipo de público. Palestras motivacionais geralmente são mais solicitadas para enventos com o pessoal da produção ou de vendas no varejo. Falo daquelas palestras nas quais o palestrante dança, canta, conta piadas, espalha bexigas ou distribui dinheiro. Mesmo assim a demanda por esse tipo de palestra está em baixa hoje em dia. Hoje já não se vende palestrantes motivacionais (de fazer rir e chorar) como se vendia antigamente.

Mesmo assim, ainda que você vá ensinar física quântica em sua palestra, tem que ter o estilo de um professor de cursinho, bem divertido, ou terá uma atuação bastante limitada no grande circuito. Se for muito acadêmico, acabará dando palestras de graça para universidades, o que não é um bom negócio no longo prazo.

15/12/2008

Contratos para palestras e treinamentos

Na grande maioria dos serviços que presto, não é feito um contrato para palestras ou treinamentos, já que trabalho mais com empresas grandes. Minha proposta de palestra, workshop ou treinamento já traz as condições, e geralmente as grandes empresas não costumam pagar o palestrante antecipado ou pagar um sinal para reservar a data da palestra.

Nos outros casos o palestrante pode fazer um contrato, porque, ao contrário das grandes empresas, há casos em que o promotor do evento não tem a verba garantida. É muito comum ocorrer isso em eventos promovidos com venda de ingressos, no qual existe algum risco para o promotor de não conseguir cobrir todos os custos com suas vendas. Aí é melhor pedir um adiantamento a título de garantia da data e redigir um contrato.

Até hoje só deixei de receber de um cliente, e mesmo assim 70% do valor. Falhei em me garantir, já que se tratava de um diretório acadêmico de uma faculdade. Depois do evento creio que não apenas o cachê meu, mas o dos outros palestrantes acabaram sendo bebidos pelos estudantes em algum boteco.

O contrato de palestrante pode seguir um contrato normal de prestação de serviços. Alguns clientes às vezes estipulam uma multa para o caso do não comparecimento, por isso é bom ficar de olho para que a multa seja de porcentagem sobre o preço da palestra e não sobre o custo do evento, como já conteceu de um cliente solicitar. Como nunca sabemos quanto custará o evento (vai que o cliente contrata também um show da Madonna!) é bom você ficar de olho aberto.

Algumas informações que vão em minha proposta:

  • Hospedagem: Por conta do cliente, quando necessário.
  • Despesas de viagem: Por conta do cliente para eventos a mais de 150 km de São Paulo. Para viagens aéreas, dar preferência para partidas e chegadas no Aeroporto de Viracopos, Campinas, SP. A data e horário do evento podem exigir que a chegada e/ou partida seja(m) um dia antes e/ou após o evento.
  • Forma de pagamento: Depósito, transferência bancária ou boleto.
  • Organização do evento: Por conta do cliente, bem como a divulgação, segurança, serviços, pessoas e equipamentos contratados pelo cliente.
  • Sala ou auditório compatível com o número de participantes.
  • Equipamento de projeção (datashow ou projetor multimídia), para conectar ao notebook do palestrante e tela ou superfície de projeção.
  • Microfone sem fio e amplificação para audiência com + de 40 pessoas.
  • Contingência: Microfone reserva, lâmpada sobressalente p/ projetor, pilhas p/ microfones.
  • Apenas para Treinamentos: Amplificação do som do notebook (cabo P2), Flip-Chart, marcadores, canetas e papel.
  • Livros: o consultor é autor de 6 livros, porém não comercializa livros em eventos.
  • Preferência: No caso de mais de uma solicitação na mesma data, a preferência é dada ao cliente que efetuar o depósito do adiantamento. O consultor se reserva o direito de não participar de eventos políticos ou promovidos por organizações religiosas, além de empresas do segmento de tabaco, armas e munições.
  • Cancelamento: Se efetuado pelo cliente em prazo inferior a 30 dias da realização do evento, será cobrado 10% da remuneração total a título de ressarcimento dos custos de reserva e preparação da apresentação. No caso de cancelamento pelo consultor por motivo de força maior, os valores pagos serão devolvidos integralmente.

12/12/2008

Antes e depois da Palestra

A hora de chegar e sair de um evento também é importante para o palestrante. Às vezes você deve chegar mais cedo para conversar com os organizadores do evento ou com gerentes e diretores da empresa que o contratou, caso seja um evento in company. Essa conversa prévia costuma ser valiosa porque nela há fios da meada que acabam sendo úteis na palestra.

Chegar cedo demais, porém, pode trazer alguns inconvenientes. Um deles, em eventos abertos onde o palestrante é tratado como uma espécie de "estrela", pode tirar o elemento surpresa. Outro inconveniente é chegar em um evento in company onde sua palestra é precedida de palestras e reuniões que tratam de assuntos estratégicos da empresa. Nem sempre a empresa deseja que alguém de fora saia de lá com informações sigilosas.

A chegada cedo demais e a participação de palestras prévias pode também atrapalhar o ânimo do próprio palestrante. Nem todos os que falam em um evento, principalmente em um evento interno, são profissionais, e há muitas palestras que agem como soníferos ou são tão carregadas de pessimismo que podem contaminar o palestrante mais otimista.

Onde você fica antes de sua palestra também pode ter influência em seu humor. Cada um se comporta de maneira diferente neste aspecto, mas eu prefiro não ficar em bastidores, que geralmente são salinhas abafadas e isoladas. Isso aumenta a tensão e a dúvida quanto ao que você irá encontrar quando surgir no palco. Prefiro arrumar um local num canto qualquer da platéia para já ir sentindo o clima.

Quando sua palestra termina, você pode ser convidado a ficar ou não para o restante do evento. O convite pode ser apenas uma formalidade, se for o caso de um evento in company, por exemplo, em um hotel fazenda em clima de descontração. É importante perceber que nesses encontros entre os funcionários da empresa, você será a única pessoa que não terá qualquer coisa em comum com aquelas pessoas. Elas têm uma linguagem própria, suas piadas, suas gozações, e a presença do palestrante pode ser um inibidor.

Além disso, o gerente ou diretor que fez as honras da casa pode estar mais interessado em tomar umas e outras com seus colegas do que continuar de cicerone de um palestrante com quem está se encontrando pela primeira vez e talvez nunca mais. Ele pode se sentir constrangido e você acabar sendo o fardo que ele terá de carregar. Lembre-se de que você é o único ali que não faz parte da família.

Eu sei que existe o argumento de conhecer pessoas, criar relacionamentos e até gerar contatos para outros trabalhos, mas isso funciona melhor quando se trata de um evento aberto, público, no qual as pessoas não têm o vínculo do trabalho. Aí sim pode ser uma boa oportunidade de você conversar, conhecer pessoas e trocar cartões.

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